quinta-feira, 8 de março de 2018

memórias literárias - 629 - TENHO VERGONHA

TENHO
VERGONHA
 

 
629
 
O pastor foi à lanchonete com o Eduardo, um jovem que estava muito feliz com Cristo, desejoso de dar a vida pelo Evangelho.
 
- Pastor, tenho lido sobre os heróis da fé. Quanta coragem, quanta dedicação! Eu também quero ser assim!
 
- Amém, meu irmão! Vamos escolher o lanche?
 
Escolheram um cachorro quente e um refrigerante.
 
- Pastor, me encanta ver o martírio de Policarpo, o testemunho de João Huss, os sacrifícios de Hudson Taylor! Eu também quero me sacrificar por Cristo!
 
- Amém, meu rapaz!
 
Enquanto conversavam a refeição chegara. O pastor, então, convida o jovem para agradecer:
 
- Vamos dar graças pela refeição?
 
- Pastor, vamos fazê-lo em silêncio, ok?
 
- Por que?
 
- Porque aqui é um ambiente público.
 
- E qual o problema?
 
- Tem amigos meus da classe, da faculdade, o que eles vão pensar de mim?
 
- Você está reparando na conversa deles nas mesas em que estão sentados? Por que eles reparariam na sua oração?
 
- Ah, pastor, por favor, vamos manter a nossa fé em privado, não precisamos expô-la!
 
O pastor, então, calmamente, chama o atendente e diz:
 
- Aqui está o valor dos lanches. Estou de saída.
 
O jovem assusta-se:
 
- O que houve, pastor?
 
Então o ministro do evangelho diz:
 
- Se você não é capaz de testemunhar do Senhor enquanto come, não será capaz de viver para o Senhor enquanto estuda, trabalha ou faz qualquer outra coisa. Lamento, meu jovem, mas se tem vergonha de testemunhar de Cristo numa simples oração no restaurante, como testemunhará dele num mundo hostil?
 
O rapaz, enrubecido, de cabeça baixa, confessa:
 
- O senhor tem razão, pastor. Eu tenho vergonha de expor a minha fé. Me perdoe.
 
O resto da refeição foi uma aula de testemunho. Ao final, ambos oraram publicamente e o jovem aprendeu que mais vale viver por Cristo de forma pública que morrer por Cristo apenas como um ideal inatingível.
 

Wagner Antonio de Araújo

 

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