segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

memórias literárias - 401 - SOLIDÃO EM RÉ MAIOR

Literatura é assim:
Diversas motivações, diversos assuntos.
Iria manter comigo, minha esposa falou que deveria publicar.
Pelo sim e pelo não, reparto.
 
Wagner
 

SOLIDÃO
EM RÉ MAIOR
 
401
Aldeia global conectada
Todos ligados nas redes
Contatos pessoais e em massa
Material abundante pra matar as sedes.
 
E os amigos que antes se falavam
Os contatos que eram pessoais
Para onde migraram, para onde mudaram,
Saíram da vida ou voltaram pros pais?
 
O mundo é sozinho e os mortos vivos vagueiam na rede.
Um monte de lixo, conteúdo demente.
Não há seriedade, não há sobriedade,
Não há relevância, só existe ganância.
 
Quero mais! Quero mais! A mente não se sacia,
Preciso de mais, só um pouco não satisfaria!
E assim anda o mundo, fervendo de dados,
Vazio de conteúdo, gerando maus fatos.
 
Preciso voltar ao meu ponto de partida.
Dar marcha-à-ré, descer a subida.
Cheguei ao limite, não suporto tanta bobagem;
Preciso de vida, não preciso de miragem!
 
As coisas de baixo não satisfazem a alma.
Só causam desgosto, só tiram a calma.
Um pensar relevante, que construa um futuro
Foi banido da mente, foi tirado do mundo.
 
Perdi meus amigos, sumiram meus conhecidos,
Só vejo contatos, apagados e sumidos.
Luz verde acesa, mas coração apagado;
Luz cinza ligada, mais um sem contato.
 
Solidão absurda num mundo lotado,
Tantas pontes que surgem num horizonte murado.
Chega! Basta! Estou voltando no tempo:
Não vou mais tão rápido, quero agora ser lento.
 
Quero horas completas, com minutos e segundos,
Quero dias completos, com momentos profundos.
 
Quem quer ser amigo que me procure e encontre,
E quem se perdeu no virtual do horizonte,
Que também busque um rumo, que também desça o monte,
E lá na baixada fará o desmonte:
Um retorno ao real, a amizade na fonte!
 
Wagner Antonio de Araújo
06/02/2017
 

 

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